A juventude respira confiança, é força, aprendizagem, capacidade de ir mais longe, fonte de inovação e energia, de vitalidade, de aventura, de conhecimento.
A vontade de viver, conviver, divertir, coabita com a capacidade inovadora, que se vem a expressar em todos os domínios do saber.
Sabem encontrar seus próprios caminhos, suas metas e aspirações e, guardar um canto para os seus silêncios, encontros e desencontros, a sua paz e harmonia, a paixão e o amor.
Confio na juventude… apesar das sombras de sociedade que lhe legamos ou da nossa inadaptação a novas formas de encarar o viver…tantas são as áreas do saber em que se assiste a permanente evolução, ainda que algumas maleitas permaneçam
Também a nossa memória retém desarticuladas peças da nossa juventude, dos sonhos, da fé inabalável na mudança de mentalidades, de condutas, ora reduzidas a puzzles que nem consigo montar.
Terão de percorrer suas etapas, viver alegrias e tristezas, saborear os momentos como se a natureza estivesse a seus pés, possuída e ansiosa para ser decifrada, mas nunca possuídos, menos ainda danificada.
Tal como um corpo que deseja ver seus mistérios descobertos, se a chave for manuseada com o desejo de descobrir os crescentes sentimentos de partilha.
Coloco as mãos no rosto e tento buscar minhas recordações, anseios de justiça e paz…. sempre em busca de uma harmonia distante e estendo a minha simpatia para com os que não desistem de fazer algo de melhor pelo Homem e pela Natureza.
Dores antigas são fragmentos de retratos que o tempo se encarregou de desfigurar.
E, contudo, seguir em frente não significa branquear momentos, caminhos percorridos, descobertas e omissões de caminhos que mereciam ser percorridos.
Se me julgo, é apenas pelo que adiei, querendo ter feito na oportunidade e momento em que temi que o mar bravio destruísse minha frágil nau.
Aquilo que a vista já não alcança, a imaginação atinge.
E a imaginação de um século de paz e prosperidade é a ingenuidade juvenil que permanece num corpo e mente que se vai despedindo da juventude, mas que recusa a definitividade da miséria humana.