Tempo, Vida. Relógio. À memória dos amigos que já perdi. Aos que espero não perder. Aos que acreditam na solidariedade. NÃO SEI POR ONDE VOU ... SEI QUE NÃO VOU POR AÍ

19
Nov 08

O «prazer» de descobrir bem misturado com o insuperável vocábulo «gratuito», fez crescer em mim o prazer da visita a diversos blogs.

 

Começando pelos «Conteúdos» de quem me ajudou na criação do meu próprio espaço, passei a visitar outros que, por sua vez, como crescente bola de neve, me ajudaram a conhecer o de outras pessoas que se têm envolvido nesta área. 

 

Não sendo Colega nem Amigo no estrito sentido, toco à porta de cada blog e, confesso, com o desejo de conhecer os pensamentos subjectivos e objectivos que sempre nele vertemos, algo está lá de «nosso», mesmo quando o pretendemos despersonalizado ou impessoal.

 

Foi, assim, que verifiquei que a Larissa nada publica desde o dia 14 no seu «A minha vida numa Psi...» (http://laracaeiro.blogs.sapo.pt/) e quase me senti no direito de indignação, de ter uma leitura diária, como se de um periódico se tratasse.

 

Estes amigos virtuais e bloguistas são mesmo exagerados na sua exigência, que é quase uma forma de querer dar um abraço... duradouro, permanente e diário. Isto nada mais representa, afinal, que o desejo de sentir pessoas perto, de as abraçar, de lhes dizer, que a diversidade temática, a pluralidade de temas, longe de nos afastar, cria um sentido de proximidade, de algo que preenche um espaço ainda lacunoso das nossas vidas.

 

Visitei os favoritos do Sapo... que é uma excelente forma de nos remeter para os que estão mais evoluídos nesta arte de comunicação.

 

E, por fim, fui à «minha» Roulotte das Farturas, de Maria Ventura, que nem sei como coloquei nos meus favoritos sem o «r», como Fartuas (e nem sei como emendar), mas o link funciona.

 

Isso o mais importante... (ao contrário das minhas vãs tentativas de melhoria do aspecto deste blogue e que, eu próprio, qualifico de desastrosas).

 

Não é que esta «diabinha» acaba de colocar uma anedotinha que, numa sociedade dita quase ainda predominantemente marialva, machista, coloca o homem... a ser açoitado pela mulher...

 

Estou convicto, pelo que conheço, que não se trata de adepta dessa outra doença a que se chama «feminismo» no que de radical contém. Como seguro estou que o sexo feminino mantém razões de sobra para se manter atenta e lutadora pelos seus direitos que, mesmo quando positivados na lei, encontram sérias barreiras de índole social.

 

O que interessa é a anedota e, ... hummmm, sobre esta, nada mais direi...

 

Tive a tentação de copiar apenas a anedota e apresentar a devida vénia e pedido de desculpas à inspirada autora... mas resisti à tentação.

 

Recomendo que carreguem no link e vão verificar no próprio local, uma Roulotte de farturas algures sediada em Lisboa sempre carece de clientela visitante ( será que se dará ao luxo de fechar ao fim de semana... onde a clientela mais abunda?).

 

Fica um abraço para a Maria Ventura, pelo que é, pelo seu blog e, ainda, porque me fez sorrir em 4 ou 5 linhas de leitura acrescida de um desenho a condizer...

 

 

publicado por Manuel Luís às 16:14
sinto-me: A sorrir pela anedota

18
Nov 08

Em matéria de fé tenho uma orientação. Respeitar todas as formas de expressão, desde que cumpram a lógica função de interioridade, de reflexão pessoal de exigência de vida em conformidade com as leis divinas, confronto de cada um com as suas crenças, qualquer que seja o seu credo.

 

Adepto da liberdade religiosa, mas atento aos desmandos que, em seu nome, sejam praticados. Não estou apenas a pensar nos chamados «terroristas» árabes, pois aqui integro o numeroso número de «tachos» conferidos por uma força religiosa aqui imperante.

 

Sucede que recebo com inusitada frequência e-mails que não só apelam à Ideia de Deus, o que seria normal, mas entrelinhas exigem a sua transmissão a amigos, referindo que algo de bom vai acontecer em nossas vidas (até aqui acompanho, pois há superstição mas não intolerância), mas logo deixam uma velada pressão psicológica, ao referir «sob pena de um grave mal acontecer a si ou a alguém que ama».

 

Ora, se quem amamos respeita a privacidade da nossa correspondência, nem chega a saber de nada, estamos perante uma onda de superstição intolerável.

 

Fica aqui um pedido aos meus amigos. E-mails destes, para mim, NÃO!

publicado por Manuel Luís às 16:33
sinto-me: Intolerante com a intolerância

17
Nov 08

Olhei o que rascunhara sobre as memórias de infância, há demasiado tempo guardado nas gavetas à espera de um maior rigor estilístico e entendi que, para um blogue quase pessoal, bem poderia lá constar para «rascunho» de eventuais ulteriores escritos.

 

Está um pouco sisudo, hummmm, mas para já fica assim. Sucede que, em tom mais brincalhão, recebi um destes textos divulgados entre os conhecidos por e-mail.

 

É que aborda também uma juventude mais tardia, mas ainda não dominada pela tecnologia actual. Que repito, está para ficar e terei de aprender.... Assim, mesmo nem sempre concordando com o que nele se expressa, ouso publicar também aqui um escrito cujo original era em power point, cheio de desenhos interessantes.

 

Terá, pelo menos o mérito de não ser tão sisudo quanto o meu texto anterior.

 

«

Os carros não tinham cintos de segurança. Apoios de cabeça nem air-bag         

Iamos no banco de trás fazendo aquela farra! e isso não era perigoso!

As camas de grades e os brinquedos era multicolores e no mínimo pintados com umas «tintas» multicolores contendo chumbo ou outro veneno qualquer.

Não havia travas de segurança nas portas dos carros/automóveis, detergentes ou químicos domésticos.

A gente andava de bicicleta para lá e para cá, sem capacete, joelheiras, caneleiras e cotuveleiras,

Bebíamos água de torneira, de uma mangueira ou de uma fonte e não águas minerais em garrafas ditas «esterilizadas»

Construíamos aqueles famosos carrinhos de «rolamentos» (trotinetes?) e aqueles que tinham a sorte de morar perto de uma ladeira asfaltada, podiam bater records de velocidade e até verificar no meio do caminho que tinham «economizado» a sola dos sapatos, que eram usados como freios… e estavam descalços…

Alguns acidentes depois…

Todos esses problemas estavam resolvidos…

Íamos brincar na rua com uma única condição: voltar para casa ao anoitecer!

Não havia celulares nem sequer telefones na maioria das casas.

E nossos pais não sabiam onde estávamos.

Incrível.

Tínhamos aulas só de manhã e íamos almoçar em casa.

Gessos, dentes partidos, joelhos ralados…

Alguém se queixava disso?

Todos tinham razão, menos nós…

Comíamos doces á vontade, pão com manteiga, bebidas com o (perigoso) açúcar.

Não se falava de obesidade – brincávamos sempre na rua e éramos super activos

Dividíamos com nossos amigos aquela (cervejinha) comprada naquela vendinha da esquina, gole a gole e nunca ninguém morreu por isso…

Nada de Playstations, Nintendo 64, X boxes, Jogos de vídeo, internet por satélite, vídeocassete, Dolby surround, celular com câmera, computador, chats na internet, Só amigos.

E os nossos cachorros, lembram?

Nada de ração. Comiam a mesma comida que nós (muitas vezes os restos), e sem problema algum. Banho quente? Champô? Que nada! No quintal, um segurava o cão e o outro com a mangueira (fria) ia jogando água e esfregando com (acreditem se quiserem) sabão (em barra) de lavar roupa…

Algum cachorro morreu… (ou adoeceu)… por causa disso?

A pé ou de bicicleta íamos à casa dos nossos amigos, mesmo que morassem a Km de nossa casa, entrávamos sem bater e íamos brincar…

É verdade, lá fora nesse mundo cinzento e sem segurança! Como era possível?

Jogávamos futebol na rua, com a trave sinalizada por duas pedras, e mesmo que não fôssemos escalados… ninguém ficava frustrado e nem era o “FIM DO MUNDO”.

Na escola tínhamos bons e maus alunos. Uns passavam e outros eram reprovados. Ninguém ia por isso a um psicólogo ou psicoterapeuta. Não havia a «moda» dos «superdotados», nem se falava em dislexia, problemas de concentração, hiperactividade.

Quem não passava simplesmente repetia de ano e tentava de novo no ano seguinte!

Tinhamos: LIBERDADE, SUCESSOS,DEVERES,

… e aprendíamos a lidar com  cada um deles…

A única verdadeira questão é? Como a gente sobreviveu…?

E acima de tudo, como conseguimos desenvolver a nossa personalidade?  »      

 

publicado por Manuel Luís às 04:10

16
Nov 08

O horizonte imaginário do Luís Filipe era o da sua própria casa, das pingas de chuva que caiam de telhas não conservadas e que nem ousava olhar, temendo que o ruído constante da sua incessante queda pudesse danificar duradouramente aquele aconchego... a esperança de que o perigo que o espreitava fosse mera questão imaginária...

 

Agarrava-se num apertado abraço com o travesseiro e juntava as pernas cruzando-as com as de sua irmã, assim ambos silenciosamente afastando o temor que o frio pudesse congelar seus corpos de crianças.

 

Cada dia vivido era comentado com as demais crianças que, bem ao lado e com sentimentos análogos, deixavam soltar lamentos e medos que se tornavam audíveis... 

 

Ultrapassada a noite, logo tudo era esquecido e a atenção centrava-se na busca de umas meias já rotas, transformando-as em pequenas bolas e logo se chamava os demais.

 

- Tenho uma bola, vamos jogar e umas vezes atiravam a bola uns aos outros, dizendo «lá vai uma bola carregadinha de...» que o destinatário teria de segurar em simultâneo com a afirmação de um nome por ordem alfabética e sobre um tema previamente combinado. Nomes de animais, pessoas, coisas, tudo servia... E quem falhasse, logo começava a receber a letra de B... «de burro» e, quando esgotasse as letras era eliminado.

 

Quando não existia a bola feita de meia, sempre haveria uma casca de laranja adaptada ao mesmo fim.

 

Assim se vivia num Mundo reduzido e redutor em que os sujeitos conhecidos e intervenientes eram apenas os membros da família e os vizinhos mais próximos, ainda que progressivamente, o seu número aumentasse, e com ele o início de desavenças e lutas, a distinção entre amigos e os outros vizinhos.

 

Com o início da idade escolar, deslocavam-se sempre a pé, quase sempre sozinhos, outras em grupo de dois ou três, sendo as escolas devidamente separadas entre «meninas» e «meninos», no caso implantando no recreio uma divisória composta por ramificações que sempre deixavam ver «algo» e despertavam a curiosidade de um olhar.

 

Os rapazes, nos intervalos, dedicavam mais a sua atenção, como que por natural intuição, a um joguinho de futebol: nas ruas, sempre atentos à vinda da polícia, era quase sempre uma bola de plástico que algum deles arranjara; na escola, proibidas tais bolas, arranjavam uma pedra que servia de bola e faziam partidas de futebol de recreio cujas balizas eram dois bancos  em pedra colocadas nas extremidades do recreio. Já devidamente organizados através da nomeação pela sua simpatia pelos Clubes de cuja grandeza ouviam falar - outro critério era o de cada «capitão» ir escolhendo, na sua vez, um elemento para a sua equipa, concordando que se alcançava  maior equilíbrio competitivo - e, assim organizados, disputavam empenhadamente o seu joguinho que era a parte mais interessante do dia escolar.

 

O resultado desses jogos era variável, mas em comum, todos levavam os seus únicos sapatos suficientemente estragados para causar o desespero de suas mães.

 

Sucedeu que um remate de Luís Filipe foi desviado e partiu o vidro da porta de entrada do recreio. Recebeu 8 reguadas em cada mão - réguas pesadas e grossas - e suas mãos ficaram inchadas até ao infinito, Jurou nunca mais entrar na escola, mas sua mãe logo lhe garantiu que pobre, sem estudar, mais pobre seria e, por amor maternal, jurou que lhe daria provas de estudo.

 

Entretando, corriam os dias e as crianças começavam a trocar informações sobre outras modalidades, pois que uma equipa de ciclismo lisboeta, sempre que se deslocava, tomava as suas refeições no restaurante do pai de um deles.  Daí, logo arranjaram uns arames em «forma de guiador» que cobriam com laços da cor do seu Clube favorito e, na falta de bicicletas, corriam eles mesmos, ruas fora em percursos que definiam. Era um atletismo agarrado a um «elemento identicador de ciclismo».

 

Cresciam assim e quase sempre, apenas vinham recolher apoio familiar quando machucados, pois que as brincadeiras por vezes implicavam perigos.

 

O próprio Luis Filipe partira uma perna ao correr sem notar um arame em que as mães estendiam a roupa - normalmente mais elevada - e  pela primeira vez entrou num hospital.

 

E, chegados ao Natal, oravam protestando que sempre se portaram bem todo o ano e queriam pedir um presente, mas nem ousavam dizer o quê, por expressa advertência dos pais. Aquele que o Pai Natal puder trazer...E os dias iam passando entre pedaços de comida que se podia alcançar, as brincadeiras que tudo permitiam esquecer ou quase...

 

Um dia, a Guida veio-se despedir que iria para bem longe. Seu pai, sem qualquer emprego, conseguira «ir a salto» , com a de ajuda de contrabandistas, até outro País chamado França  e lá arranjara trabalho e chamara a família. Família, sabia-se o que era, limitando-a a pais e fihos, algumas vezes os avós. Trabalho imaginava-se que seria esse desconhecido local para onde os pais iam, ainda madrugada, para alcançar algo para o sustento da casa. Já desemprego era vocábulo novo. Mais se sabia de vários pais que tinham ido até Lisboa - e demoraram um dia a lá chegar -, na tentativa infrutífera de obter autorização para se deslocar para uma das colónias portuguesas, a mais falada, que não a única, nesses casos, era Angola.

 

Tal como a moeda era diferente - de nome similar mas de valor apenas convertível -, também a deslocação dentro de um espaço territorial dito nacional era coisa que, dizia-se balbuciando quase em segredo, desabafo para ninguém ouvir, apenas era autorizada a alguns.

 

Mas necessidade de ir para longe «buscar a sorte noutras paragens» era novidade... coisa nova... De que ninguém falara e contra o que tinham ensinado na escola. Que Portugal era enorme... com uma História de grande sucesso e com territórios espalhados pelo Mundo.

 

Porquê então emigrar para outro País? Outra duvida e nova curiosidade se suscitou... Países? ... o que eram esses outros Países que tinham empregos para oferecer a quem aqui não alcançava o sustento? Ouviram falar de Angola, Moçambique, outras que nem se lembravam, França? Onde é isso?

 

- Pois seu ignorante, retorquiu Luis Carlos. Não sabes que é na Europa?

Que se fala lá a língua francesa. Pois olha, logo que entrares no liceu terás de a estudar...E olha que os que foram para lá sem saber uma palavra, dentro de algum tempo dominarão a língua. E com o câmbio mandarão muito dinheiro para cá; e desatou a enumerar uma série de diferenças que iriam surgir.

 

- Hahhh, obrigado, ripostou Luís Filipe, logo acrescentado: - Mas temos de pedir ao Professor para nos ensinar eesa matéria omitida em Geografia...

- Tudo bem, mas muita calminha se falares em colónias. Melhor, não falas disso. Fala da Europa.

 

No dia seguinte, passaram a saber que desde muitos anos atrás, os portugueses se deslocavam também para outros paradeiros, por vezes bem distantes, como era o caso do Brasil, uma ex-colónia independente, em que desde o séc. XIX desenvolveram, entre outras, a indústria de panificaçao.

 


15
Nov 08

 

 

 

 

A VIDA É UMA OPORTUNIDADE, APROVEITA-A

A VIDA É BELEZA, ADMIRA-A

A VIDA É FELICIDADE, SABOREIA-A

A VIDA É UM SONHO, TORNA-O REALIDADE

A VIDA É UM DESAFIO, ENFRENTA-O

A VIDA É UM JOGO, JOGA-O

A VIDA É PRECIOSA, PROTEGE-A

A VIDA É RIQUEZA, CONSERVA-A

A VIDA É AMOR, DISFRUTA-O    

A VIDA É MISTÉRIO, DESVENDA-O

A VIDA É PROMESSA, CUMPRE-A

A VIDA É TRISTEZA, SUPERA-A

A VIDA É UM HINO, CANTA-O

A VIDA É UM COMBATE, ACEITA-O

A VIDA É UMA TRAGÉDIA, DOMINA-A

A VIDA É AVENTURA, ENCARA-A

A VIDA É UM GOZO, MERECE-O

A VIDA É VIDA, DEFENDE-A

 

Texto cuja autoria tem sido atribuída a

Madre Teresa de Calcutá

 

publicado por Manuel Luís às 09:56

14
Nov 08

A mulher ... o amor ... o afastamento temporal ou definitivo.

 

Onde está você agora? Será o mero afastamento espacial? A solidão que tem justificado parte das minhas abordagens por este cantinho... quase exclusivamente meu...

 

Um apelo ao regresso de paixões vividas, carinhos trocados, um apelo aos sussuros vividos, aos beijos apaixonados que nos retiram o ar e nos fazem flutuar nas nuvens...

 

Mas também... aos ditos e juras de amor «só da boca para fora».

 

Estas passam... são passageiras. Busca-se o eterno? 

 

Abrangerá a própria morte?

 

Questiono-me mas não ouso interpretar. Basta a expressa separação entre «amar» e ser dono e a afirmação de que quem ama «claro que sempre cuida». Ainda que o poema seja bem mais profundo... ainda.

 

Adoro esta música, pela possibilidade de extensão interpretativa e, sobretudo, pela simplicidade de acompanhamento musical. Justificaria o som de uma orquestra.

 

E, complementarmente: para as amizades brasileiras que têm comentado este modesto blogue e que, não podendo saber se conhecerei, exteriorizo um sentimento de partilha e de desejo de felicidades pessoais...

 

 

 

 

publicado por Manuel Luís às 13:43
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13
Nov 08

Em fuga de temas de insegurança, abordara ontem superficialmente o tema de como as mulheres escolhem os homens, na sequência de uma publicação no sapo.

 

Coincidentemente, no dia seguinte, o JN integra um artigo, também de inquérito norte-americano em que é salientado o factor cheiro.

 

Bem, já ouvira opiniões em que se referia que a primeira coisa em que reparavam era nos sapatos.

 

E, em círculos bem definidos, não deixa de ser relevante, o nome de família.

 

Fica a referência… Como homem, estou no labirinto de nunca descobrir tais razões.

Mas, creio, que chega sempre o momento em que se falará de companheirismo, solidariedade, comunhão e partilha de interesse e motivações.

 

Se um beijo apaixonado e um odor complementado pelo sussurro no ouvido pode ser a magia de deixar a parceira nas nuvens, fonte de aconchego e de uma união intrínseca… receio bem que se esteja mais perante versos poéticos escritos pela saudade de tais momentos.

 

E a vida, preservando os retratos de recordações vividas, impõe o repensar dos valores vitais a um relacionamento mais amadurecido, assim fundado em factores que nem constam de qualquer das inventariações referidas.

 

Pior, a insegurança laboral, a falta de perspectivas de um futuro dotado de um mínimo de segurança está na base de um efectivo reconhecimento da diminuição de nascimentos e, o que se afigura de maior ponderação no Portugal de hoje, uma tendência crescente para a acentuada diminuição de compromissos estáveis, o que, a prazo, significa desmoralização, solidão e outros problemas que remeterão as pessoas para os consultórios psicologia e outras vocacionadas para minorar as perversas consequências de isolamento.

 

Essa espécie de solidão que era sentida particularmente na velhice, está a minar outras faixas etárias, a que já não escapa a juventude.

 

Que se multipliquem, pelo menos, grupo de amizade, de partilha de gostos pessoais, de convívio, sob pena de nem haver lugar a escolhas ou escolhidos.

 

Apenas os designados «amigos coloridos». Expressão que, confesso, se configurar a meus olhos, como um adiamento e o primado da energia física sobre a indispensável comunhão «espiritual» que só um projecto comum de vida pode, mesmo com as limitações da pressa caracterizadora da vida hodierna, proporcionar.

 

Busque-se, então, senão vocábulos efémeros, um que aponte uma relação marcada pela perdurabilidade: o companheirismo (porventura insuficiente, mas indispensável).  

 

publicado por Manuel Luís às 13:19
sinto-me: Com dúvidas existenciais

12
Nov 08

Ainda no passado dia 10, me referi à hesitação na leitura de jornais.

 

É certo que os factos da vida real, concreta, diária, não devem ser desconhecidos.

 

Por vezes, porém, estas quotidianas notícias colocam em causa o equilíbrio emocional dos cidadãos, criam um sentimento de insegurança dos que, já violentados por crises económicas nacionais e internacionais, falta de emprego e até de um rumo para as suas vias, desejam aquele mínimo de paz, na busca de uma felicidade, uma harmonia interior, bens que, de tão preciosos. se mostra difícil ser alcançados.

 

Claro que me não refiro, aqui e agora, ao incontornável e actual clima de crispação entre o Governo e os Professores, em que a pluralidade de opiniões seria usual; não fosse o facto de a referida crispação que se desenvolve representar um desperdício de energias e redundar num prejuízo para os destinatários do ensino: os alunos.

 

Aludo à persistência de temas da sociedade em que vivemos, designadamente os de Polícia, com violência que afasta a ideia de uma sociedade fundada na bondade humana, como parece ter sido referido por Saramago, ao incluir nessa bondade a «justiça justa».

 

Para este escriba, todo o quotidiano político, económico ou social deve ser ponderado à luz da Ideia de Direito, essa a verdadeira fonte de critério aferidor da justeza das condutas humanas.

 

Exemplifico com o Jornal de Notícias: alguém matou outrém para roubar €170,00, e na edição anterior uma mãe. na Alemanha congelara seus filhos mortos com o pseudo-argumento de que queria ficar mais perto deles. Um homem está detido por tentar violar uma senhora de 83 anos e uma brasileira residente em Gaia foi assassinada na Galiza onde se deslocara pelo facto de haver incumprimento da obrigação de regresso de uma criança, no âmbito de uma regulação de poder paternal.

 

Os filmes de horror com que os americanos nos brindam não afastam este quotidiano que nada lhe ficam em débito e corporizam a indignidade de valores nesta sociedade moderna.

 

Nem me socorri, hoje, de outra imprensa, temeroso da multiplicação de notícias análogas.

 

É que é difícil apagar da nossa memória os que regam em gasolina ex-companheiros, apenas pelo facto de a vida em comum ter um termo. Fica o horror da imagem e os autores nunca pagarão o justo preço pelo mal que ocasionam em todos nós.

 

Fugi dessas notícias e espreitei no sapo/mulher uma investigação baseada em inquérito de origem americana e relativa ao modo como as mulheres escolhem os homens. E estes aquelas.

 

As mulheres, que num primeiro momento haviam insistido que queriam homens com status acabaram por se sentir atraídas pelos mais bonitos.

 

Para as mulheres, a aparência e um corpo atraente são os maiores pré-requisitos na hora de escolher o parceiro.

 

É que, pelo menos, aqui, se trata de opções de vida livremente assumidas.

 

Apenas um reparo nos dados da investigação: não se fala de AMOR nem de PAIXÃO.

 

Sinal dos tempos ... que o tempo se encarregará de solucionar... e equilibrar pela busca de valores complementares e essenciais.

 

publicado por Manuel Luís às 17:16
sinto-me: a pensar nos rancores humanos.

11
Nov 08

A juventude respira confiança, é força, aprendizagem, capacidade de ir mais longe, fonte de inovação e energia, de vitalidade, de aventura, de conhecimento.

 

A vontade de viver, conviver, divertir, coabita com a capacidade inovadora, que se vem a expressar em todos os domínios do saber.

 

Sabem encontrar seus próprios caminhos, suas metas e aspirações e, guardar um canto para os seus silêncios, encontros e desencontros, a sua paz e harmonia, a paixão e o amor.

 

Confio na juventude… apesar das sombras de sociedade que lhe legamos ou da nossa inadaptação a novas formas de encarar o viver…tantas são as áreas do saber em que se assiste a permanente evolução, ainda que algumas maleitas permaneçam

 

Também a nossa memória retém desarticuladas peças da nossa juventude, dos sonhos, da fé inabalável na mudança de mentalidades, de condutas, ora reduzidas a puzzles que nem consigo montar.  

 

Terão de percorrer suas etapas, viver alegrias e tristezas, saborear os momentos como se a natureza estivesse a seus pés, possuída e ansiosa para ser decifrada, mas nunca possuídos, menos ainda danificada. 

 

Tal como um corpo que deseja ver seus mistérios descobertos, se a chave for manuseada com o desejo de descobrir os crescentes sentimentos de partilha.

 

Coloco as mãos no rosto e tento buscar minhas recordações, anseios de justiça e paz…. sempre em busca de uma harmonia distante e estendo a minha simpatia para com os que não desistem de fazer algo de melhor pelo Homem e pela Natureza.

 

Dores antigas são fragmentos de retratos que o tempo se encarregou de desfigurar.

 

E, contudo, seguir em frente não significa branquear momentos, caminhos percorridos, descobertas e omissões de caminhos que mereciam ser percorridos.

 

Se me julgo, é apenas pelo que adiei, querendo ter feito na oportunidade e momento em que temi que o mar bravio destruísse minha frágil nau.

 

Aquilo que a vista já não alcança, a imaginação atinge.

 

E a imaginação de um século de paz e prosperidade é a ingenuidade juvenil que permanece num corpo e mente que se vai despedindo da juventude, mas que recusa a definitividade da miséria humana.

 

publicado por Manuel Luís às 01:11
sinto-me: a necessitar de meus amigos

10
Nov 08

Tento olhar à minha volta e pensar no que vejo. Procuro a ajuda da leitura de jornais… Lerei?

Se o não o fizer, não saberei o que se vai passando pelo Mundo nem por este cantinho a que se chama Portugal. Mas se o faço, raro é o dia em que as notícias não deixam de causar profundo abalo na crença da humanidade.

Aqui e ali, falam-nos de estatísticas, seja de criminalidade ou acidentes na estrada, da situação económica internacional e nacional.

Não me interessa se as violações, os homicídios, em geral todos os crimes e outras maleitas sociais aumentaram X ou diminuíram Y relativamente a igual período do ano anterior.

Basta-me saber que alguém não hesita em matar, violar, roubar… causar danos a outrem.

Num mundo marcado pela violência, pela falta de justiça, de igualdade de oportunidades … caberá ainda lugar para a ingenuidade do sonho …?

Pagamos os impostos, ainda que se adivinhe que muitos escapem ao seu contributo.

Precisamos do ar que se respira, único bem gratuito, ainda que marcado pela poluição.

Precisamos de saúde, cujos cuidados devem ser prestados com zelo e dedicação. Ouvimos falar de milhões gastos e interrogámo-nos onde se gasta tanto dinheiro.

Precisamos de justiça, sabemos da existência de um exército de operadores judiciários, mas não temos a convicção de melhorias.

Precisamos de ensino destinado a quem deseja aprender e não apenas de quem vai almoçar às escolas e causar distúrbios, quaisquer que sejam as necessidades estatísticas.

Assistimos a lutas reivindicativas, mas não dispomos de informação suficiente para uma análise crítica. São os transportes que deixam de circular, são os professores que alegam não poder ensinar, torturados por uma teia burocrática de papeladas a preencher.

Terá razão o Governo ao dizer que são apenas dois os papeis a preencher…? E porque os que ontem falavam de imperatividade da avaliação, pedem hoje a sua suspensão de um modelo que terá sido elaborado por entidades independentes?

E precisamos de um mínimo de dinheiro para satisfação das necessidades humanas elementares.

Só encontramos egoísmos, vaidades, superioridades artificiais, aqui e além desmentidos por actos de autêntica solidariedade de que se destaca o voluntariado.

Vivemos num determinado local, seja de origem seja o que nos acolhe, movimentámo-nos na necessária deslocação para o trabalho, ou na busca de amigos, dar uma dicas por ser essencial exercer as nossas capacidades comunicativas.

Não nos roubem o sonho, melhorem a saúde e a justiça, a equitativa distribuição que não dependa de forças corporativas ou de grupos de pressão.

Não nos tirem a esperança, que, sem ela, nem vale a pena viver...


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