1. Sucede que, ao analisar o conteúdo de outros blogues, verifiquei que, num deles se abordava o tema da amizade. Entendi fazer um apressado comentário, que a Autora entendeu interessante. Agradeceu e veio colocar 2 comentários aqui, tendo acrescentado uma pergunta sobre o significado do meu Cives et Polis..
2. Daí, mesmo sabendo que os amigos de ontem poderem não os de hoje, ter alinhanhado algumas memórias de amizade e tentar responder ao peticionado.
Sinto a falta de amigos, no sentido de comunhão pelos mesmos interesses de investigação, de partilha de interesses meramente intelectuais, mas reconheço a validade de maior pragmatismo de quem, na actividade comercial ou industrial, dá primazia à obtenção de meios materiais. A vida está difícil... e este escriba esteve em estado de coma à 2 anos... sem se saber se regressaria a esta vida.
Ora, dessa lição e experiência, os amigos são precisamente apreciadas quando nos complementam, nos acrescem, ou simplesmente, confortam e acompanham em momentos dificeis. Os jantares preenchem uma parte do convívio mas são um «quid» diverso, pouco dizem, apenas que certas pessoas convivem enquanto se vai comento e bebendo. Afastam por momentos a solidão, ainda que haja referências a solidão no seio de grupos.
3. O meu melhor amigo de escola primária seguiu a escola técnica - na época diferenciava-se do liceu - mas nunca nos largamos. Ele, um feroz benfiquista (de uma família portista) e eu um (quase) fanático (na juventude) portista. As discussões travadas eram apenas entre os dois, se alguém metesse a colher, a conversa terminava.
Ora, apesar da vida moderna já não permitir, com a periodicidade desejada, o convívio tranquilo de outras épocas, o que se sente mais nas grandes urbes, certo é que este «degladior desportivo» foi o escolhido para padrinho de meu filho, o selo de uma imutável amizade.
Ainda hoje me honra a sua amizade, aliás alargada a outros benfiquistas… (clubismo é coisa de coração, respeitável), salvo nos impropérios públicos.