Tempo, Vida. Relógio. À memória dos amigos que já perdi. Aos que espero não perder. Aos que acreditam na solidariedade. NÃO SEI POR ONDE VOU ... SEI QUE NÃO VOU POR AÍ

06
Jan 09

1. Entre o acto de escrever e a leitura, aquele tem assumido um papel desproporcionado. São efectuados diariamente apontamentos guardados em ficheiros de word... que não sei se algum dia terão utilidade. A leitura, outrora companheira inseparável, tem sido secundarizada e sempre se arranja um pretexto para tal omissão.

 

No meu caso, o pretexto é a vista que mostra prematuro cansaço, ao mesmo tempo que enfrenta esta luminosidade de monitores de computadores.

 

Outro pretexto é o incalculável número de livros em fila de espera, bem maior que as filas que se formam diariamente nos Centros que descaradamente denominam de Emprego...

 

Todavia, faço questão de proceder à leitura atenta dos livros de prendas de Natal. Se a prenda é um armário, é colocado num local e exerce a sua função. O livro na estante nega tal aspiração.

 

Um pouco deste, um pouco daquele... eu que devorava livros e não parava até chegar à última página, ressalvados os afazeres diários e o imprescindível sono.

 

Mas vou dar prioridade ao livro de António Arnault, editado pela Coimbra Editora - ainda e sempre dedicada a livros jurídicos em que navega ao lado da Livraria Almedina - ambas já credoras de uma história não apenas coimbrã, mas de serviço público à cultura do País.

 

O Ministro da Cultura Pinto Ribeiro, se tiver acesso a este escrito - nunca telefonei a alguém ligado ao poder - bem o sabe, como homem que está para além de meras querelas partidárias.

 

Se falo das Editoras, não esqueço o Autor, distinto Advogado que sonhou e sentiu Abril, em tudo distinto dos artificiosos que se envolveram «a posteriori» com o intuito de olharem pelas suas vidinhas.

 

António Arnaut está umbilicalmente ligado à criação do Serviço Nacional de Saúde, dando corpo e cumprimento a uma aspiração popular que alcançou dignidade constitucional.

 

[Portugal beneficiou de avultados contributos monetários europeus, mas não se sabe onde foram parar... deveria haver uma escrituração, não mercantil mas estadual dos beneficiários, para se apurar se não foram sendo os mesmos, directamente ou através de criação de PME subordinadas. Os incentivos eram num mês destinados à criação de emprego, no mês seguinte para a manutenção de empregos e, finalmente, terão sido contemplados, sem censura, pessoas e entidades que nem criaram, muito menos mantiveram os ditos empregos.

 

E na troca de favores políticos, apenas adveio uma geração de desempregados, mesmo licenciados, mão de obra ou intelectual que desespera com o passar dos tempos, enquanto se assiste à maior desigualdade europeia a nível salarial, num País pobre e periférico.

 

Os favores do Estado continuam dirigidos aos poderosos - não se trata de qualquer partidarite, mas de mera constatação de factos - as projectadas obras do Estado centralista irão beneficiar as grandes empresas, apelar à entrada de  novos imigrantes ilegais e o Código do Trabalho - a lei laboral estava longe de ser lesiva da criação de empregos, como se verifica pela impensável situação de salários em atraso e nunca pagos - mostra-se menos protector dos direitos de quem trabalha em compração com os diplomas do Estado Novo.

 

Esta a triste realidade, de capitalismo desregulado e selvagem a que se chama modernidade de esquerda, que se não trouxer as revoltas como na Grécia, trará novas partidas da juventude no desconforto da aventura noutros recantos do Mundo.                          

 

A liberdade pessoal é um bem precioso e indeclinável, mas é necessário comer diariamente e adquirir hábitos de disciplina que só se alcançam no contexto de uma actividade profissional que afaste a juventude da droga e do alcool].

 

Não olhou para o lado, como outros, em vários domínios que permanecem incumpridos, tantos anos decorridos, em nome de uma modernidade que representa um bolorento passado e uma negação da ideia e do espírito idealista dos históricos socialistas.

 

Sem falar nesta trapalhada de famílias políticas, pois os socialistas portugueses integram a social democracia europeira, enquanto o partido social democrata é filiado em familias ditas liberais e o CDS muita volta de 360 graus deu - a começar pela ideia da UE - para ser admitido na família conservadora europeia.

 

E o financiamento dos partidos? Quando chegará a transparência? Quando acabará o favor com favor se paga?

 

2. Talvez essa a razão principal ou até única do afastamento de António Arnault da vida partidária activa, sem barulhos e com uma folha distinta, começando por se interrogar neste livro sobre aquilo cuja resposta bem sabe. A forma interrogativa é o meio mais apropriado para relevar uma situação concretamente constatada.

 

E transcrevo parcialmente a nota inicial dirigida ao leitor:

 

«será a acção político-partidária compatível com a lisura de carácter? Há ainda na política lugar para a ética, como queria Hegel, ou apenas para a astúcia, como ensinou Maquiavel?

E, se for este o caso, como parece pelo número maior dos seus discípulos, devem as pessoas sérias afastar-se da vida partidária, como acto de protesto, ou afrontar as labaredas em que se pode queimar?»

 

A partir desta nota, vamos verificar a vida de um médico rural - onde buscou descanso (sem futuro nem ambição) para os desgostos da vida e apelos da política - que serve de narrador e de pano de fundo para a análise do tempo decorrido, antes e após o 25 de Abril de 1974.

 

É... este livro no meu regaço, aqui e ali ainda justificando uma breve consulta ao dicionário, não será único, mas será o principal companheiro deste mês de Janeiro.

 

Sorrio, ao pensar no numeroso número de tarefas que a amiga Grilinha colocou no seu blogue... de momento, coloco apenas esta. Ler este livro e, por tudo o que antece...

 

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