Em fuga de temas de insegurança, abordara ontem superficialmente o tema de como as mulheres escolhem os homens, na sequência de uma publicação no sapo.
Coincidentemente, no dia seguinte, o JN integra um artigo, também de inquérito norte-americano em que é salientado o factor cheiro.
Bem, já ouvira opiniões em que se referia que a primeira coisa em que reparavam era nos sapatos.
E, em círculos bem definidos, não deixa de ser relevante, o nome de família.
Fica a referência… Como homem, estou no labirinto de nunca descobrir tais razões.
Mas, creio, que chega sempre o momento em que se falará de companheirismo, solidariedade, comunhão e partilha de interesse e motivações.
Se um beijo apaixonado e um odor complementado pelo sussurro no ouvido pode ser a magia de deixar a parceira nas nuvens, fonte de aconchego e de uma união intrínseca… receio bem que se esteja mais perante versos poéticos escritos pela saudade de tais momentos.
E a vida, preservando os retratos de recordações vividas, impõe o repensar dos valores vitais a um relacionamento mais amadurecido, assim fundado em factores que nem constam de qualquer das inventariações referidas.
Pior, a insegurança laboral, a falta de perspectivas de um futuro dotado de um mínimo de segurança está na base de um efectivo reconhecimento da diminuição de nascimentos e, o que se afigura de maior ponderação no Portugal de hoje, uma tendência crescente para a acentuada diminuição de compromissos estáveis, o que, a prazo, significa desmoralização, solidão e outros problemas que remeterão as pessoas para os consultórios psicologia e outras vocacionadas para minorar as perversas consequências de isolamento.
Essa espécie de solidão que era sentida particularmente na velhice, está a minar outras faixas etárias, a que já não escapa a juventude.
Que se multipliquem, pelo menos, grupo de amizade, de partilha de gostos pessoais, de convívio, sob pena de nem haver lugar a escolhas ou escolhidos.
Apenas os designados «amigos coloridos». Expressão que, confesso, se configurar a meus olhos, como um adiamento e o primado da energia física sobre a indispensável comunhão «espiritual» que só um projecto comum de vida pode, mesmo com as limitações da pressa caracterizadora da vida hodierna, proporcionar.
Busque-se, então, senão vocábulos efémeros, um que aponte uma relação marcada pela perdurabilidade: o companheirismo (porventura insuficiente, mas indispensável).